terça-feira, 23 de outubro de 2012

"OS POBRES" por Olavo Bilac




Aí vêm pelos caminhos,
Descalços, de pés no chão,
Os pobres que andam sozinhos,
Implorando compaixão.



Vivem sem cama e sem teto,
Na fome e na solidão:
Pedem um pouco de afeto,
Pedem um pouco de pão.




São tímidos? São covardes?
Têm pejo? Têm confusão?
Parai quando os encontrardes,
E dai-lhes a vossa mão!




Guiai-lhe os tristes passos!
Dai-lhes, sem hesitação,
O apoio do vossos braços,
Metade de vosso pão!




Não receieis que, algum dia,
Vos assalte a ingratidão:
O prêmio está na alegria
Que tereis no coração.




Protegei os desgraçados,
Órfãos de toda a afeição:
E sereis abençoados
Por um pedaço de pão . . .

Fonte: Jornal de Poesia

sábado, 20 de outubro de 2012

"A UM PASSARINHO" por Vinícius de Moraes



"Para que vieste

Na minha janela
Meter o nariz?




Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!




Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis

Deixe-te de histórias
Some-te daqui."


Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/capas/obras-literarias/imagens/vinicius-de-moraes.jpg
Vinicius de Moraes

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

"A PÁTRIA" por Olavo Bilac



 Olavo Bilac foi eleito o " príncipe dos poetas brasileiros" e nos deixou lindos poemas, entre eles, encontramos "A Pátria". Um poema para criança, aliás, muito didático e que, infelizmente, hoje é difícil encontrar alguém que o declame com um ardor patriótico. Mas vale o texto para refletirmos acerca de um país geograficamente lindo, mas politicamente cheio de indagações e indignações!!

Hoje é o Dia Nacional da Leitura e também Dia da Criança, por isso, vamos a um texto didático e sonhar com um país melhor!  


Apesar de utópico, podemos conferir!



 Vamos ao texto!  



"Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,

É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!

Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

Quem com seu suor a fecunda e umedece,
vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!"
Olavo Bilac